quinta-feira, 29 de julho de 2010

Estou de luto, minha amiga vai casar!


Pois bem. Após o Chá de Moda Íntima Zoo veio a surpresa para a noiva, que já temia a incoerente tranquilidade de suas convidadas. Seus olhos foram vedados, e, ao som de música de go go boy (tentei procurar no Grande Oráculo Google - irmão de um amigo meu -  o nome da maldita mas não primo pela paciência, e todo mundo sabe qual é) e com uma amiga fazendo carinhos que despertasse desconfiança na pobre (só a desconfiança mesmo, gente), fomos vestir nossa camiseta-protesto, onde se lia, "Estou de luto, minha amiga vai casar!". Observem que o protesto pode ter várias vertentes: o receio que a amiga vire mulherzinha e sua moeda passe a ser o sabão em pó, não mais a cerveja; a manifestação calada daquelas que estimam a solidão de suas escovas de dente, mas que são injustamente taxadas de encalhadas; ou aquelas que estavam desenvolvendo erupções cutâneas de tanta inveja, caso de 92% do quórum.
[NOTA: minha escova de dentes ficará mesmo sozinha, a noiva é a única pessoa com quem ainda divido o banheiro! Amanhã tenho sessão com a terapeuta...].
Depois que a nubente pôde ver que não se tratava de 1,90 metros de escassez de tecido adiposo alisando suas pernas, muito menos de seu noivo fazendo isso (sim, esta ideia brilhante passou pela sua cabeça), e de sua surpresa com a sagacidade da manifestação das amigas, foi a vez de incrementarmos a indumentária dela com um veu e uma grinalda muito podicrê e irmos pro boteco, ou será que ela achou que ninguém testemunharia isso?
Não só testemunharam como colaboraram, fomos em todas as mesas do bar pedir dinheiro para a lua de mel, ao som de "primeira bateria, vira, vira, vira". Acontece que perdemos a contagem das baterias, a noiva interditou o toilette (o 1 e o 2 são inocentes, neste caso). Depois de muita luta vã e várias opiniões esdrúxulas ("dá água com gás pra ela", "enfia o dedo na goela dela", uma colherada de azeite, borra de café, umburana, baraúnas, pé de cana, xique-xique mel da cana, óleo de ricino, cicuta!] o jeito foi o gerente chamar um convidado com braços poderosos que nenhuma de nós tivemos para tirá-la de lá ... O nome dele é SAMU.
Lá vamos nós para o terceiro round, agora só para a desfalecida e a irmã culpada, no carro do rebocador, aquele que tem escrito na dianteira um nome engraçado, todo de trás pra frente... As enlutadas, por consenso, permaneceram no local pois todas sabiam que um excesso de préstimos dali pra frente retomaria a festa e um hospital não é lugar apropriado... [Se bem que àquela hora estavam todas realmente com caras de luto, gestos preocupados e olhares culpados...]. Mas ao menos ELAS relaxavam tomando uma gelada... :|
Enquanto isso, a já glicosada bebum batia altos papos com os paramedicos, sobre o quão seu noivo é maravilhoso, talvez já numa tentativa inconsciente de acalmá-lo no dia seguinte; explicando o que tinha comido, inclusive apontando para o retorno de tudo; e sobre como Dom Jose Cuervo é muito mais gente boa que esse tal de Samu; ao mesmo tempo que dizia pra mim, ao menor sinal de distração da equipe, "relaza, vvvvai figá zuzobem, eu eu zenho um blano".
Eu, ingenuamente sem dar importância para o blano dela, a deixei se reidratando e fui acompanhar os médicos até a saída, me desculpando por usar o equipamento público para um resgate tão ínfimo, blablablá (Eu estava sóbria. Mas é que tinha um médico gatinho, que quase me interna junto depois dessa tentativa descabida de papo cabeça!), quando ouço um burburinho de pacientes, acompanhantes, médicos e funcionários: a pessoa tinha arrancado o soro, me puxou pela mão e saímos correndo!
Algumas das cúmplices do drama etílico já estavam providencialmente lá fora, entramos no carro e, isso mesmo, fugimos do hospital... Afinal, tudo lá era incômodo, e nada melhor que capotar em casa depois do ufa! O problema é que ela achou falta de consideração com o resto da tropa que permanecia no bar, a essa altura quase trocando de lugar com ela! Enfim, foi isso mesmo, mesmo!, voltamos para o local do crime. [Não sem antes parar pra tirar foto pegando o letreiro com o nome do hospital! Eu não disse que retomariam a festa?]
Considerações finais:
Depois de um suco de laranja, uma água sem gás e trocentos cochilos para ela; duas cervejas e o relato de toda a aventura para mim; muitas gargalhadas de todas e a proibição de mencionar a palavra tequila, finalmente, vamos pra casa! Pra mim era hora de começar, mas, o que a gente não faz pela família...
Ah, o dinheiro da lua de mel foi justamente utilizado para saldar a conta! Porque amiga é amiga...

5 comentários:

  1. Hahahhaa hilarioooo, a Dani tem uma cara de quietinha e conseguiu aprontar isso tudo???
    O melhor foi "eu zengo um blano" e pernas pra que te quero, kkkk e vc sobria??? Acho que faltou a Syn viu amiga???
    Ta comprovada mais uma vez que qnd um bebum pede dinheiro para toda e qualquer finalidade, no final das contas e do 13º gole, ele se destina mesmo a pagar a conta!!!
    Como eu ja havia dito, daria meu "rim" pra ver essa cena do bar!!! Bjs pra vc e pra Dani, Felicidades Sempre !

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  2. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Vc é imbatível, Fabs!
    Tadinha da sua irmã...fiquei mto tempo sem pronunciar tequila tb...sei bem os efeitos...pelo menos q me contaram...só tenho flashes...kkkkk
    Parabéns pelo "Catarseando"...vc me anima e inspira, querida! Bjao na sua irmã!!!

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  3. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK Chorei de rir !!!

    Olha, vcs conseguiram fazer um evento inesquicível para a nubente...

    Não é que gostei desta palavra ???

    KKKKKKKKKKKKKKKKK

    Beijos, beijos !!!

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  4. Conte de minha vida!
    Surreal não?rs. Pra que terapia quando se tem uma amiga/irmã como vc?
    Beijo!

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  5. Sabia que não tinha só cerveja nessa história!!!
    Adorei a citação do Geraldo Azevedo, inclusive falando de vc mesma tb (pé de cana! kkkkkkkkkkkk). Ficou excelente, Fá... já estou aguardando o próximo capítulo/episódio - do casamento ou de qualquer outra história (sur)real ou não.
    Beijo!

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