Estava querendo escrever algo otimista como sugere as ocasiões da época, mas, começando com esse título não pude deixar de lembrar o desastre escatológico que é a Simone para com a música alheia. Ainda mais com essa, que já não é nenhuma obra-prima, é como chutar um morto. Também, o que esperar de alguém que cria um sotaque para si mesma? (Descobri esses dias que quem a "lançou" foi Chico Buarque, fiquei boba com isso! Tudo bem, descobri um defeito nele!).
Pois é, mais um ano findo! Pode deixar, vou poupá-los de uma retrospectiva insípida e pessimista e me ater às comemorações que é o que me fazem gostar do mês de dezembro, "deixando a profundidade de lado". Gosto da leveza que isso proporciona aos ambientes, ainda que condicionada (a leveza) por uma maioria que serve-se da ilusão ou da tradição ou, simplesmente, da esperança. Gosto das confraternizações, ainda mais quando dou importância às pessoas que gosto e não às non gratas, ao contrário de outras épocas. Gosto de dar e receber presentes, embora dar tenha se tornado cada vez mais raro, não suporto shoppings e feiras, ainda mais com a euforia causada pelo 13º salário! Mas também acho uma tremenda hipocrisia recriminar o comércio da época, uma daquelas opiniões em massa que a maioria nem sabe do que/por que fala! (Muito bom isso, aquelas respostas prontas, opinião de alguém, em algum lugar do passado e que foi aprovada pelo crivo "exigente" do povo! "Por que você não gosta do Natal?". E a resposta, com cara de conteúdo: "Trata-se de uma data comercial, blablabla..."). Economizem meu sentido auditivo! E as comidas? Tudo bem que eu raramente ceio, acabo dando mais importância aos bebes que aos comes, mas me contento com o almoço dos dias seguintes, uma semana comendo peru com farofa! E gosto da oportunidade de estar com os meus, já que outras ocasiões para isto são as festinhas dos filhinhos dos meus primos, coisa que deixo para a paciência de minha irmã representar.
Meu Natal em família este ano foi simples, terno e divertido, como sempre é, graças à bela família que Deus me deu. E este ano ainda fui o assunto da noite, por ter entrado na festa errada antes de achar a casa da minha prima! Vou eu, com um peru enorme nas mãos, adentrando a casa alheia e dando boa noite àqueles rostos nem um pouco familiares, mas, como sou o protótipo divino da lerdeza, achei que pudessem ser esposos (as) de fulano (a), ou amigos dos donos da casa. Meu cunhado atrás, pedindo pro povo sair da frente, pois o que ele trazia estava pesado e minha mãe perguntando "você é quem mesmo?". Ai, Jésus, que mico natalino! Quando o mal entendido foi desvendado, não tive coragem de ir à cozinha buscar meu peru de volta, fiquei ocre de vergonha (sim, fui até a cozinha da casa, faltei visitar os quartos à procura de uma cara conhecida). Mas rimos muito quando fui representar pra galera minha entrada esbanjando simpatia na casa do vizinho!
É isso, espero que todos tenham tido a noite feliz que esperavam, com a ilusão, a tradição ou a esperança que faz com que o fim do ano tenha essa cara de recomeço, e que a tenham tido também os que não esperavam nada além de uma noite como outra qualquer! E um ótimo recomeço para os que assim enxergam e para os que por isso optaram e um caminho cheio de surpresas boas aos que prosseguem sua jornada sem esta pausa para a fantasia!!!
"A luz começa na boa vontade da alma - e dos olhos!" - Drummond