sábado, 23 de outubro de 2010

♪ "Num passado remoto perdi meu controle..." ♫

Hoje fiquei deveras indecisa quando sentei pra almoçar em frente à TV: Raul Gil e o quadro das criancinhas precoces vestidas de imbecis; um filme sobre um gorila amigo da garotada, mais gente que muita gente; um apresentador eufórico vendendo cintas milagrosas que ameaçam o emprego do Pitanguy e seus colegas; e um cara ensinando exercícios de ginástica localizada, cuja silhueta não encoraja ninguém a segui-lo. Parei num canal que estava passando comerciais.
Eu tenho mania de comer em frente à televisão, briga antiga entre pais e filhos. Será que vem daí a tara das pessoas em lanchar dentro da sala de cinema? Mas aí, pra mim, já é demais, aliás, deveria ser proibido! Uma coisa é você se esfacelar sozinha no conforto de seu sofá, outra é você obrigar as pessoas a compartilhar a barulheria de saquinhos, canudinhos e até de sua mastigação, porque as poltronas são grudadas uma na outra, uma Mulher Melancia da vida entala! Até o cheiro do que você come o pobre ao lado é obrigado a sentir. Sim, porque é um desfile de bandejas de lanchonetes, tô vendo a hora de ver alguém entrando com um PF no lugar do sanduíche!
Esta semana fui ver um filme, que aventura! E não se trata do gênero, trata-se da atenção que dispensei ao público mesmo, ou que este despertou em mim. A garota do meu lado direito passou uns 75 minutos da fita comendo um sanduíche do Subway que devia ter uns 48 cm. A da frente deve sofrer algum tipo de enclausuramento, tamanha a euforia que demostrava em estar na rua. Sabe aquele tipo de pessoa que parece que nunca saiu de casa? Ela dava gargalhadas homéricas num filme completamente tenso, vibrante. Juro que me retiro da sala se um dia cruzar com esta moça vendo uma comédia. O de trás comia compulsivamente jujuba, amendoim ou sabe lá o que aquele saquinho barulhento continha. Fosse o que fosse, o esôfago dele deve tá lembrando-o até hoje, ele não comeu menos de um quilo. E a da esquerda era minha irmã, com quem eu podia trocar olhares cúmplices, pois ela sabe que sou, digamos, muito sensível à falta de noção alheia. Mas o que comanda ainda é a tradicional pipoca, graças!
Conclusão da noite: o cheiro do sanduíche tem me feito passar a, no mínimo, dez metros de distância do Subway; minha desconfiança em relação à pessoas efusivas triplicou; penso em patentear um tipo de saquinho que não faça barulho; e minha irmã deve adorar meu senso crítico, pois me chamou pra irmos de novo semana que vem.
Mas o José Padilha e o Wagner Moura salvaram a noite, Tropa de Elite 2 é um filmaço! Se piscar não fosse vital eu não teria certeza se fiz isso durante a sessão!

4 comentários:

  1. Ai.. ai... ri horrores aqui, Conte!:)
    Me lembrei da vez que fui ao cinema assistir Carandiru com um grupo de amigos... o filme literalmente parou dada hora... e nem foi por que o Rodrigo Santoro beijou o tal baixinho na boca... uma de nossas amigas começou a gritar com um cara, que estava sentado ao lado, por que o sujeito passou a mão na perna dela...kkkk... cinema é sempre muito bom...rs.. mesmo com as historias paralelas das salas!
    saudades!
    beijo!

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  2. Amiga tbm adorei tropa de elite 2, Wagner Moura é sensacional e acredite no dia que fui assistir ao filme teve um casal que levou um BEBÊ...imaginei que a criança fosse chorar o filme inteiro...ainda bem que nao...deve ter dormindo,não sei como conseguiu ...ainda bem...pessoal sem noção!! Beijos!!! amo-te

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  3. KKKKKKKKKKKKKKKKKK, tá vendo!!! Depois as pessoas não entendem o meu trauma com a ida a grande tela....

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  4. Fá acho hilária a forma como vc se expressa, rsrs agora experimente ir em uma sessão de Shrek, Toy Story 3 e afins... levei a Annalu para assistir esses filmes e posso te dizer com propriedade que dez vez pior kkkk
    Seu dia de mãe, tia ou madrinha vai chegar e vc vai lembrar de mim kkkkkk

    Já disse que te amo hoje?

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