domingo, 17 de julho de 2011

"Um conto de fraldas"

Bom dia! Aqui na capital federal da república, a única coisa de outra cor no ceu azul é o sol! E, apesar dele, há um friozinho gostoso me convidando para ler um livro esparramada na minha rede, vestindo meu moletom velho e minhas pantufas! Ou para uma caminhada na orla de prédios em construção que me cerca, anunciando que nosso sossego tem dias contados... Porém, como minha mãe está esperando visitas e tá pra me deixar doida, o que me resta é arrumar a cozinha e providenciar o almoço. No restaurante da outra rua, claro, pra quem sabe que nem no miojo eu acerto. E não digo isso com orgulho, acreditem. Enfim, o domingo pode sim ser um dia gostoso, ao menos antes da programação vespertina começar e responsabilizar-se por uma broxada coletiva!
Esta semana fui visitar uma amiga que deu à luz há poucos dias. Gente, ver o bebê dá vontade de ter uns dez! É realmente muito terno, emocionante e mágico olhar praquele bonequinho e ficar viajando nas maravilhas divinas! Mas olhar pra cara de cansaço da mãe já me traz de volta à terra! E quando ela começa a falar da gravidez e do parto? Da vontade é de mudar de sexo! Essas histórias reforçam minha covardia, porque ser mãe é o maior ato de coragem do ser humano! O parto já virou até metáfora para situações complicadas! Exemplo: está um parto escrever hoje, com a minha mãe me gritando de cinco em cinco minutos!
Quase todas as minhas amigas já são mães, portanto, minha experiência testemunhal é ampla! O "parto" começa com os enjoos, azia, vontade de comer cocô com queijo ralado, chutes nas costelas, esmagamento de bexiga (imagina a pobre fazendo xixi na calça e dizendo que a cabeça do pivete tá esmagando a bexiga dela?). E uma que, depois do susto do resultado descobriu que eram dois? Ela jurou que seria assexuada pelo resto de sua vida! Depois vem aquele peso enorme, ninguém sabe mais o que é barriga, peito ou pé, tudo fica inchado, levantar é um suplício, andar como uma pinça é um sacrifício, respirar é quase sobre-humano! Mas, como elas ficam lindas! Ao menos a maioria, porque já vi a natureza ser ainda mais cruel com algumas escolhidas...
E quando é chegada a hora... Não sei o que é pior, parto normal ou cesariana? Gente, às vezes precisamos fazer força por tão menos, imagina pra passar uma cabeça pela bichinha? A impressão deve ser a de que sairá uma criança, dois globos oculares e as cordas vocais junto. E na cesária o tormento começa na anestesia, com a pobre quase fazendo gangorra com a barriga para ficar na posição certa para a picada não doer. Depois dizem que vem o sacolejo dentro da barriga. Conforme relatos, imaginei uma sopa de órgãos humanos, o estômago indo parar no lugar do coração, o fígado na bexiga e o pulmão no esôfago. E como o neném não é besta nem nada, sempre vai dar trabalho pra sair, aí vem uma delicada enfermeira que, ou senta em cima da infeliz pra empurrar a barriga ou abre o corte com as mãos, como se estivesse abrindo a bolsa! Baseado em fatos, ouvi tudo isso, não inventei nada além dos adornos de minha imaginação, visivelmente claros, eu acho.
E, enfim, depois de tanto sofrimento... vem o pior! Contar os dedinhos, levantar à noite pra ver se ele está respirando, chorar junto no teste do pezinho, aguentar tias chatas em casa, amamentar, que antes de virar uma bela experiência dizem que doi pacarai, choro, cocô, cólicas, choro, cocô, cólicas, choro, cocô, cólicas, choro, cocô, cólicas, choro, cocô, cólicas, choro, cocô, cólicas, choro, cocô, cólicas, choro, cocô, cólicas, choro, cocô, cólicas, choro, cocô, cólicas, choro, cocô, cólicas, choro, cocô, cólicas, choro, cocô, cólicas, choro, cocô, cólicas, choro, cocô, cólicas, choro, cocô, cólicas, choro, cocô, cólicas, choro, cocô, cólicas, choro, cocô, cólicas, choro, cocô, cólicas, choro, cocô, cólicas, choro, cocô, cólicas, choro, cocô, cólicas, choro, cocô, cólicas.
E mesmo assim, todas elas sempre estão com aquela cara de mãe, os olhos cintilando e o sorriso bobo nos lábios, já pensando no próximo! Realmente, também não entendo as mulheres!!!
 

5 comentários:

  1. Me divirto mto toda vez que venho aqui...
    Fá, que saudade de vc!
    Bjo Gigante!

    ResponderExcluir
  2. Nada disso é sofrimento até que eles cheguem à adolescência! Aí sim é que o nariz da porca é transformado em tomada, e ainda torce o rabo...

    ResponderExcluir
  3. Mariângela tem razão... e o Ricardo também...

    Beijo, ET candanga!!!

    ResponderExcluir
  4. Olhando o céu de BHZ hoje de manhã, lembrei de voltar aqui pra dizer quanta poesia há nisso: "a única coisa de outra cor no ceu azul é o sol!"

    Beijo!

    ResponderExcluir
  5. Como tu é besta, Fabiana Porto!!! kkkkkkkkkkkkkkkk

    Eu entendo as mulheres, o que não entendo é como que posso ter nascido uma...

    ResponderExcluir